Tanto as memórias FPM quanto as memórias EDO são assíncronas, o que
significa que elas trabalham em seu próprio ritmo, independentemente
dos ciclos da placa-mãe. Isso explica porque memórias FPM que foram
projetadas para funcionar em placas para
processadores 386 ou 486 funcionam sem problemas em placas soquete 7,
que trabalham a 66 MHz. Na verdade, a memória continua trabalhando na
mesma velocidade, o que muda são os tempos de espera que passam a ser
mais altos. Assim, em vez de responder a cada
2 ciclos da placa-mãe, elas podem passar a responder a cada 3 ou 4
ciclos, por exemplo.
As memórias SDRAM (Synchronous Dynamic RAM) por sua vez, são capazes
de trabalhar sincronizadas com os ciclos da placa-mãe, sem tempos de
espera. Isso significa que a temporização das memórias SDRAM é sempre
de uma leitura por ciclo. Independentemente
da freqüência de barramento utilizada, os tempos de acesso serão sempre
de 6-1-1-1, ou mesmo 5-1-1-1.
Veja que o primeiro acesso continua tomando vários ciclos, pois nele
é necessário realizar o acesso padrão, ativando a linha (RAS) e depois
a coluna (CAS). Apenas a partir do segundo acesso é que as otimizações
entram em ação e a memória consegue
realizar uma leitura por ciclo, até o final da leitura.
O burst de leitura pode ser de 2, 4 ou 8 endereços e existe também o
modo "full page" (disponível apenas nos módulos SDRAM), onde o
controlador pode especificar um número qualquer de endereços a serem
lidos seqüencialmente, até um máximo de 512. Ou
seja, em situações ideais, pode ser possível realizar a leitura de 256
setores em 260 ciclos! :). Só para efeito de comparação, se fossem
usadas memórias regulares, com tempos de acesso similares, a mesma
tarefa tomaria pelo menos 1280 ciclos.
Outra característica que ajuda as memórias SDRAM a serem mais
rápidas que as EDO e FPM é a divisão dos módulos de memória em vários
bancos. Um módulo DIMM pode ser formado por 2, 4, ou mesmo 8 bancos de
memória, cada um englobando parte dos endereços
disponíveis. Apenas um dos bancos pode ser acessado de cada vez, mas o
controlador de memória pode aproveitar o tempo de ociosidade para fazer
algumas operações nos demais, como executar os ciclos de refresh e
também a pré-carga dos bancos que serão
acessados em seguida. Nos módulos EDO e FPM, todas essas operações
precisam ser feitas entre os ciclos de leitura, o que toma tempo e
reduz a freqüência das operações de leitura.
A partir da memória SDRAM, tornou-se desnecessário falar em tempos
de acesso, já que a memória trabalha de forma sincronizada em relação
aos ciclos da placa-mãe. As memórias passaram então a ser rotuladas de
acordo com a freqüência em que são capazes
de operar. No caso das memórias SDRAM temos as memórias PC-66, PC-100 e
PC-133, no caso das DDR temos as PC-200, PC-266, PC-333, PC-400 (e
assim por diante), enquanto nas DDR2 temos as PC-533, PC-666, PC-800,
PC-933, PC-1066 e PC-1200.
Um módulo de memória PC-133 deve ser capaz de operar a 133 MHz,
fornecendo 133 milhões de leituras (teóricas) por segundo. Entretanto,
essa velocidade é atingida apenas quando o módulo realiza um burst de
várias leituras. O primeiro acesso continua
levando 5, 6 ou mesmo 7 ciclos da placa-mãe, como nas memórias antigas.
Ou seja, o fato de ser um módulo PC-100 não indica que o módulo
possui um tempo de acesso de 10 ns ou menos (nem mesmo os módulos DDR2
atuais atingem essa marca). Pelo contrário, a maioria dos módulos
PC-100 trabalhavam com tempos de acesso de 40 ns.
Mas, graças a todas as otimizações que vimos, as leituras podiam ser
paralelizadas, de forma que no final o módulo suporta bursts de leitura
onde, depois de um lento ciclo inicial, o módulo consegue realmente
entregar 64 bits de dados a cada 10 ns.
Independentemente da freqüência de operação, temos também os módulos
CL2 e CL3, onde o "CL" é abreviação de "CAS latency", ou seja, o tempo
de latência relacionado ao envio do valor CAS, durante o primeiro
acesso de cada burst.
Em módulos CL2, o envio do valor CAS toma 2 ciclos, enquanto nos CL3
toma 3 ciclos. A eles, somamos um ciclo inicial e mais dois ciclos
relacionados ao envio do valor RAS, totalizando 5 (nos módulos CL2) ou
6 (nos CL3) ciclos para o acesso inicial.
A diferença acaba sendo pequena, pois os acessos seguintes demoram sempre apenas um ciclo.
Um módulo CL2 realizaria um burst de 8 leituras em 12 ciclos
(5-1-1-1-1-1-1-1), enquanto o CL3 demoraria 13 ciclos
(6-1-1-1-1-1-1-1). Ou seja, embora os módulos CL2 sejam celebrados e
sejam alvo de um grande esforço de marketing por parte dos
fabricantes, a diferença de performance é realmente muito pequena para
justificar pagar mais caro num módulo CL2.
Apesar disso, os módulos CL2 trabalham com tempos de acesso um pouco
mais baixos e por isso suportam melhor o uso de freqüências mais altas
que o especificado, dando mais margem para overclock.
Veja que das memórias regulares, até as SDRAM, foi possível
multiplicar a velocidade das memórias sem fazer alterações fundamentais
nas células, que continuam seguindo o mesmo projeto básico, com um
transístor e um capacitor para cada bit armazenado.
Desde a década de 80, as reduções nos tempos de acesso foram apenas
incrementais, acompanhando as melhorias nas técnicas de fabricação. O
que realmente evoluiu com o passar do tempo foram os circuitos em torno
dos módulos, que otimizaram o processo de
leitura, extraindo mais e mais performance. Este conceito é levado ao
próximo nível com as memórias DDR, DDR2 e DDR3, usadas atualmente.
Tanto as memórias FPM quanto as memórias EDO são assíncronas, o que
significa que elas trabalham em seu próprio ritmo, independentemente
dos ciclos da placa-mãe. Isso explica porque memórias FPM que foram
projetadas para funcionar em placas para
processadores 386 ou 486 funcionam sem problemas em placas soquete 7,
que trabalham a 66 MHz. Na verdade, a memória continua trabalhando na
mesma velocidade, o que muda são os tempos de espera que passam a ser
mais altos. Assim, em vez de responder a cada
2 ciclos da placa-mãe, elas podem passar a responder a cada 3 ou 4
ciclos, por exemplo.
As memórias SDRAM (Synchronous Dynamic RAM) por sua vez, são capazes
de trabalhar sincronizadas com os ciclos da placa-mãe, sem tempos de
espera. Isso significa que a temporização das memórias SDRAM é sempre
de uma leitura por ciclo. Independentemente
da freqüência de barramento utilizada, os tempos de acesso serão sempre
de 6-1-1-1, ou mesmo 5-1-1-1.
Veja que o primeiro acesso continua tomando vários ciclos, pois nele
é necessário realizar o acesso padrão, ativando a linha (RAS) e depois
a coluna (CAS). Apenas a partir do segundo acesso é que as otimizações
entram em ação e a memória consegue
realizar uma leitura por ciclo, até o final da leitura.
O burst de leitura pode ser de 2, 4 ou 8 endereços e existe também o
modo "full page" (disponível apenas nos módulos SDRAM), onde o
controlador pode especificar um número qualquer de endereços a serem
lidos seqüencialmente, até um máximo de 512. Ou
seja, em situações ideais, pode ser possível realizar a leitura de 256
setores em 260 ciclos! :). Só para efeito de comparação, se fossem
usadas memórias regulares, com tempos de acesso similares, a mesma
tarefa tomaria pelo menos 1280 ciclos.
Outra característica que ajuda as memórias SDRAM a serem mais
rápidas que as EDO e FPM é a divisão dos módulos de memória em vários
bancos. Um módulo DIMM pode ser formado por 2, 4, ou mesmo 8 bancos de
memória, cada um englobando parte dos endereços
disponíveis. Apenas um dos bancos pode ser acessado de cada vez, mas o
controlador de memória pode aproveitar o tempo de ociosidade para fazer
algumas operações nos demais, como executar os ciclos de refresh e
também a pré-carga dos bancos que serão
acessados em seguida. Nos módulos EDO e FPM, todas essas operações
precisam ser feitas entre os ciclos de leitura, o que toma tempo e
reduz a freqüência das operações de leitura.
A partir da memória SDRAM, tornou-se desnecessário falar em tempos
de acesso, já que a memória trabalha de forma sincronizada em relação
aos ciclos da placa-mãe. As memórias passaram então a ser rotuladas de
acordo com a freqüência em que são capazes
de operar. No caso das memórias SDRAM temos as memórias PC-66, PC-100 e
PC-133, no caso das DDR temos as PC-200, PC-266, PC-333, PC-400 (e
assim por diante), enquanto nas DDR2 temos as PC-533, PC-666, PC-800,
PC-933, PC-1066 e PC-1200.
Um módulo de memória PC-133 deve ser capaz de operar a 133 MHz,
fornecendo 133 milhões de leituras (teóricas) por segundo. Entretanto,
essa velocidade é atingida apenas quando o módulo realiza um burst de
várias leituras. O primeiro acesso continua
levando 5, 6 ou mesmo 7 ciclos da placa-mãe, como nas memórias antigas.
Ou seja, o fato de ser um módulo PC-100 não indica que o módulo
possui um tempo de acesso de 10 ns ou menos (nem mesmo os módulos DDR2
atuais atingem essa marca). Pelo contrário, a maioria dos módulos
PC-100 trabalhavam com tempos de acesso de 40 ns.
Mas, graças a todas as otimizações que vimos, as leituras podiam ser
paralelizadas, de forma que no final o módulo suporta bursts de leitura
onde, depois de um lento ciclo inicial, o módulo consegue realmente
entregar 64 bits de dados a cada 10 ns.
Independentemente da freqüência de operação, temos também os módulos
CL2 e CL3, onde o "CL" é abreviação de "CAS latency", ou seja, o tempo
de latência relacionado ao envio do valor CAS, durante o primeiro
acesso de cada burst.
Em módulos CL2, o envio do valor CAS toma 2 ciclos, enquanto nos CL3
toma 3 ciclos. A eles, somamos um ciclo inicial e mais dois ciclos
relacionados ao envio do valor RAS, totalizando 5 (nos módulos CL2) ou
6 (nos CL3) ciclos para o acesso inicial.
A diferença acaba sendo pequena, pois os acessos seguintes demoram sempre apenas um ciclo.
Um módulo CL2 realizaria um burst de 8 leituras em 12 ciclos
(5-1-1-1-1-1-1-1), enquanto o CL3 demoraria 13 ciclos
(6-1-1-1-1-1-1-1). Ou seja, embora os módulos CL2 sejam celebrados e
sejam alvo de um grande esforço de marketing por parte dos
fabricantes, a diferença de performance é realmente muito pequena para
justificar pagar mais caro num módulo CL2.
Apesar disso, os módulos CL2 trabalham com tempos de acesso um pouco
mais baixos e por isso suportam melhor o uso de freqüências mais altas
que o especificado, dando mais margem para overclock.
Veja que das memórias regulares, até as SDRAM, foi possível
multiplicar a velocidade das memórias sem fazer alterações fundamentais
nas células, que continuam seguindo o mesmo projeto básico, com um
transístor e um capacitor para cada bit armazenado.
Desde a década de 80, as reduções nos tempos de acesso foram apenas
incrementais, acompanhando as melhorias nas técnicas de fabricação. O
que realmente evoluiu com o passar do tempo foram os circuitos em torno
dos módulos, que otimizaram o processo de
leitura, extraindo mais e mais performance. Este conceito é levado ao
próximo nível com as memórias DDR, DDR2 e DDR3, usadas atualmente.
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