Em junho de 2000 foi lançado o Duron, que finalmente substituiu os
antigos K6-2 e K6-3 como processador de baixo custo da AMD. Esta posição
continuou sendo ocupada pelo Duron até a introdução do Sempron, em
2004.
A versão inicial do Duron, baseada no core Spitfire, é um descendente
direto do Athlon Thunderbird. Ambos compartilham a mesma arquitetura
(incluindo os 128 KB de cache L1), mas o Duron vem com apenas 64 KB de
cache L2, apenas um quarto do usado no
Thunderbird.
O Duron foi possivelmente o primeiro processador da história a vir
com mais cache L1 do que cache L2. Apesar de incomum, essa configuração
de cache funcionava muito bem, graças ao sistema de cache exclusivo
introduzido pela AMD no Thunderbird.
Graças a ele, o Duron podia armazenar dados diferentes em ambos os
caches, totalizando 192 KB de dados. O Celeron Coppermine, que era seu
concorrente direto, possuía 32 KB L1 e 128 KB de cache L2 e utilizava o
sistema inclusivo, onde o cache L1
armazenava cópias de dados já armazenados no cache L2. Isso fazia com
que o Celeron fosse capaz de armazenar apenas 128 KB de informações em
ambos os caches, um volume muito menor que o Duron.
O cache L2 do Duron contava com 16 linhas associativas (o mesmo
número do Thunderbird), contra 8 do Pentium III e 4 do Celeron. O maior
número de linhas de associação melhora bastante a eficiência do cache,
agilizando o acesso aos dados gravados e
garantindo um melhor aproveitamento do espaço. O grande problema é que o
Celeron utilizava um barramento de 256 bits para acesso ao cache L2,
enquanto o Duron utilizava um barramento muito mais lento, com apenas 64
bits. O barramento estreito anulava
parte dos ganhos obtidos nos outros quesitos.
Outra diferença em relação ao Celeron é que o Duron era realmente um
processador diferente, com menos transístores e produzido em fábricas
separadas, enquanto o Celeron Coppermine era um Pentium III com metade
do cache L2 desativado em fábrica. No
início, esse artifício permitiu que a intel aproveitasse um certo número
de processadores Pentium III com defeitos no cache, já que podia
desativar a parte ruim e vendê-los como Celerons. Mas, a partir de um
certo ponto, o número de Celerons vendidos
passou a superar em muito o número de processadores com defeito, de
forma que a Intel precisava realmente produzir um Pentium III completo,
arcando com todos os custos, para então desativar metade do cache e
vendê-lo como um Celeron.
A partir deste ponto, a estratégia da AMD se revelou mais vantajosa. O
Duron Spitfire possui apenas 25 milhões de transístores, contra 37
milhões do Thunderbird, resultando em uma redução quase que proporcional
no custo de produção. Os dois
processadores eram produzidos em fábricas separadas e, além da questão
do cache, existia uma pequena diferença na técnica de produção utilizada
em cada um.
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Duron
04:22
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